segunda-feira, 30 de junho de 2014


Sobre liberdade: 
Ao ler a coluna de Merval Pereira, os textos de Marcelo Coutinho e Demétrio Magnoli e, a reportagem "Ecos do Itaquerão', tudo no jornal O Globo de hoje, resolvi partilhar as seguintes reflexões:
"Tenho muito respeito e apreço pela liberdade de pensamento, o direito de tomar a palavra e dizer o que se vê, o que se escuta, o que se experimenta, com as interpretações que se possa alcançar. Esta é uma conquista duramente adquirida pela humanidade, ao longo de dois milênios e duas Grandes Guerras, marcos assustadores do rompimento de pactos fundamentais de respeito às diferenças étnicas, sexuais,religiosas, políticas, etc.
Minha paixão pelo Teatro, arte sempre afinada com os acontecimentos que lhe são contemporâneos, levou-me à leitura de um autor nascido na Romenia da época do regime autoritário de esquerda, onde a liberdade de expressão, e criação era proibida, o que o obrigou a pedir asilo político à França, onde vive desde 1987. Trata-se de Matei Visniec, autor de inúmeras peças, entre elas, a genial "Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres".
A peça, dedicada à Eugène Ionesco, também é uma homenagem à "todos os escritores do Leste Europeu que combateram a literatura de estado e a arte
oficial , às vezes ao preço de terríveis provações e sofrimentos", como afirma na introdução. Reflitam comigo:
"Quando a justiça não consegue ser uma forma de memória ,
Só a memória pode ser uma forma de justiça". (poeta Ana Blandiana)
Sejamos justos, então:entre as conquistas de nossa jovem democracia, talvez a mais importante foi a retomada das liberdades individuais e a colocação do País na direção do desenvolvimento econômico, social e político, tão caros a um povo valoroso e sofrido como o nosso, depois de tantos anos de repressão e tantas vidas perdidas.
Será que opinar sobre a cena política do País , manifestar um posicionamento que não se alinhe à ideologia no poder, dizer de sua interpretação aos acontecimentos ou mesmo divergir, frontalmente,da condução da política interna e externa, executada pela presidente e seu Congresso, precisa ser atacado e violentamente desqualificado?
A verdade, sempre meio-dita, só aparece quando há espaço para a livre discussão.
Um País que não assegura ao seu povo a liberdade fundamental de divergir, de expressar suas opiniões, não é digno de se dizer democrático. Lembremo-nos do que sempre ocorre quando um regime se arroga o saber sobre o que pode ou não beneficiar o povo: retrocesso, autoritarismo, desigualdade, ferocidade, MORTE

Postado no Facebook no dia 19-06-2014

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Hoje, dia 16-06, tive uma reunião super importante no museu MAR, com a equipe da Escola do Olhar  e o curador do museu e meu querido amigo, Paulo Herkenhoff. Além deles, estavam presentes alguns artistas plásticos do sul do país. O motivo do encontro era preparar a XI Ciranda de Psicanálise e Arte, que acontecerá em setembro, dias 12, 13 e 14, no museu. Também discutimos as ações conjuntas para um trabalho junto ao entorno do museu, as comunidades, o hospital do câncer (setor infantil), enfim, um trabalho humanitário e dignificante, que nos faça amenizar os efeitos de nossa sociedade, tirando-nos do conforto de nossos cotidianos. Isso sim me faz sentir que a psicanálise é de utilidade pública, além do trabalho privado no consultório!
Doutor Nazar 
      
      
...fim de partida: final melancólico de governo! 
       Jacques Lacan, o mais famoso psicanalista francês, afirma sabiamente que a melancolia – ou seja, a não aceitação da perda do objeto mais precioso – pode ser traduzida como uma covardia moral. Quer dizer que a máscara que protegia o indivíduo, ao cair, deixa-o sem recursos diante dos outros. O sujeito, então, escolhe esconder-se na tristeza, na vergonha, protegendo-se do enfrentamento da realidade mostrada como sua verdade. A imagem arranhada funciona como um fantasma, um algoz severo que insiste no questionamento do que antes era apresentado.    
A presidente Dilma Rousseff deveria ter falado na cerimônia de abertura da Copa do Mundo no Brasil.      
Trata-se de uma questão moral e ética! Era seu dever tomar a palavra e falar em nome da nação que recebe as delegações, o público, a imprensa do mundo inteiro e de nosso País. É inadmissível que uma chefe da nação, que usou o dinheiro público para construir doze estádios quando a própria Fifa havia dito que só necessitava de oito, não fale no Evento de Abertura da Copa do Mundo! Isso, sem citar todas as obras caríssimas, inacabadas, inauguradas às pressas para o Evento... O que levou a chefe da nação a perder a oportunidade de aproveitar o ensejo para, em seu discurso, dizer dos “benefícios” que a Copa teria trazido para seu País. Logo ela, que nunca perde uma única oportunidade para enaltecer os feitos seus e de seu Partido! Como interpretar essa situação, tão esdrúxula quanto paradoxal, ainda mais num ano eleitoral?
Há uma dívida pairando no ar, pois toda a nação e os povos estrangeiros que vêm acompanhando pela imprensa os acontecimentos sociais e políticos da Copa no nosso País, esperavam uma palavra da Chefe Suprema da Nação, na presença de seu povo representado, no Estádio de Abertura da Copa, pelos torcedores e suas famílias. Como entender que o pronunciamento, tão esperado e devido, tenha sido feito em Rede Nacional de Rádio e Televisão, protegido do questionamentos, do olhar, e da reação do povo, em nome do qual a nossa governante enverga seu cargo? 
O povo, que paga seus impostos e sustenta as decisões e os gastos realizados por seus representantes, tem o direito de se manifestar diante de sua maior representante e, esta, tem obrigação moral de enfrentar as críticas que suas ações provoquem. Se isso não ocorre, mesmo assim, isto tem uma interpretação: covardia moral!     

segunda-feira, 9 de junho de 2014

XI Ciranda de Psicanálise e Arte: "Loucura, Arte, Loucura- Veredas do Inconsciente"

Em 12 e 13 de setembro, no Museu de Arte do Rio- MAR, das 10:00 às 17:00hs será realizada a XI Ciranda. Desde 2013 realizamos este evento no museu MAR, numa parceria super interessante, que agora contará com a participação das atrizes e diretoras, Guida Vianna e Celina Sodré que irão apresentar peça e leitura de peça, respectivamente. Participarão pessoas de outros países e estados, no empenho conjunto de debatermos a contemporaneidade, as loucuras e tratamentos possíveis para os males que nos assolam. E qual seria a ajuda da arte na compreensão de nossos sintomas? Que caminhos ela nos propõe em contrapartida ao tratamento analítico? Ela pode nos auxiliar?Qual a diferença entre arte e arte bruta?

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Novidades em Junho!

Esta semana, dia 04-06, quarta-feira,na Escola Lacaniana de Psicanálise,teremos o Seminário de Psicanálise e Teatro,coordenado por Teresa P. Nazar, às 19:00 hs. Às 20:00 debate sobre Psicanálise e Direito. Serão duas atividades abertas ao público, com a participação de Elisabeth Bittencourt, na exposição da segunda atividade e, na coordenação, estará Teresa P. Nazar. Na quinta-feira, dia 05-06, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon, "Psicanálise e Arte: loucura em Visniec", com apresentação da atriz e diretora Guida Vianna e como debatedora,a psicanalista Teresa P Nazar.